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Conversas Maternas - Eduardo Duarte

Maternidade real: a mulher e a mãe

Foto do escritor: Alessandra CaroniAlessandra Caroni

Cadê a mulher que eu era antes da maternidade?


Maternidade real

Não é raro que muitas mulheres se questionem ou se queixem da saudade de quem eram antes da maternidade.


A chegada de um bebê traz inúmeras mudanças, adaptações, aprendizados e, em alguns casos, exclusões que afetam todas as camadas de nossas vidas.


Principalmente nos primeiros meses após o nascimento, essas transformações podem ser intensas. O pediatra e psicanalista Donald Winnicott cunhou um termo para descrever o processo de adaptação que a mulher atravessa para acolher o bebê e criar o vínculo afetivo essencial para a vida dele:

preocupação materna primária.


"as mães orientam a si mesmas para esta tarefa extremamente especializada durante os últimos meses da gravidez e, aos poucos, se recuperam disso no decorrer das semanas e meses após o parto" , segundo Winnicott,

Nesse estado, as mães se tornam capazes de "colocar-se na pele da criança", por assim dizer. Em outras palavras, elas desenvolvem uma incrível identificação com o bebê, o que lhes permite compreender e atender às necessidades da criança de forma quase intuitiva.


A partir dessa integração entre mãe e bebê (e bebê e mãe), é possível entender por que, conforme o desenvolvimento saudável do bebê avança, ele passa a estabelecer uma comunicação própria e alguma autonomia percebendo-se como um ser independente da mãe. É justamente nesse momento que muitas mulheres se deparam com o sentimento de: "Cadê a mulher que eu era antes?"


 


 

Maternidade real

Cadê a mulher que eu era antes da maternidade real? Corroborando com essa pergunta que frequentemente surge entre mulheres que se tornaram mães.


É essencial considerar um fator muito relevante: a sociedade em que estamos inseridas. Quando falamos sobre as subjetividades humanas, não podemos ignorar o impacto do contexto social.


maternidade real no trabalho

Uma grande parcela de mães enfrenta um período em que se dedicam quase que exclusivamente ao maternar, apenas para, logo em seguida, encarar a realidade do retorno ao trabalho após a licença-maternidade.


Esse retorno, muitas vezes, as coloca de volta em um ambiente pré-nascimento, que, de maneira pouco acolhedora, espera delas uma performance idêntica à que tinham antes. Essa expectativa ignora completamente a nova realidade: quem saiu de licença era uma mulher; quem retorna agora é uma mãe.


Essa mãe, muitas vezes, ainda está profundamente conectada emocionalmente ao bebê, amamentando, acordando várias vezes à noite e gerenciando demandas que exigem um esforço gigantesco. Tudo isso inevitavelmente impacta a qualidade e a

quantidade de energia que ela pode dedicar ao trabalho, se comparado ao período

anterior à maternidade.


Pressão social: maternidade real

maternidade real com bebê

E, como se não bastasse, há também a pressão social sobre os corpos femininos

no pós-parto, uma cobrança para que ";voltem ao normal" o mais rápido possível, como se o corpo não fosse um reflexo das experiências vividas.


Esses aspectos externos – que muitas vezes são cruéis e desumanos – têm uma influência profunda em nós. Eles precisam ser considerados quando refletimos

sobre essa equação complexa: voltar a ser quem eu era antes da maternidade.


Afinal, será que é realmente possível ser a mesma pessoa diante de uma

transformação tão profunda?


Antes da maaternidade

A maternidade, considerando todas as suas múltiplas maneiras de ser vivida, é um

verdadeiro divisor de águas. Por mais que, ao longo do tempo, muitas coisas possam se ajustar – como deixar claro para todos os envolvidos que a divisão de tarefas é essencial para a saúde emocional, o retorno à função profissional aos parâmetros anteriores ou mesmo o corpo (e aqui não estamos falando de estética) voltar ao seu funcionamento habitual –, é impensável exigir que essa mulher, agora mãe, retorne completamente ao lugar de "quem eu era antes"


Isso não significa que você perderá completamente sua versão anterior, como se

fosse uma pessoa totalmente diferente. Mas é importante reconhecer que você está em uma nova etapa, uma versão atualizada de si mesma. Essa transformação carrega aprendizados, resiliência e um olhar mais profundo para a vida.


E o mais importante: essa nova versão precisa ser valorizada, principalmente e acima de tudo, por você mesma. Afinal, as experiências vividas na maternidade não anulam quem você era antes; elas acrescentam camadas, força e significado à sua história.


Aceitar e acolher essa nova versão é um ato de amor próprio e de reconhecimento por tudo que você tem sido e conquistado.


*Alessandra Caroni é Psicanalista Clínica, especialização em Terapia Perinatal e Puerpério Emocional, com aprofundamento em temas como o acolhimento de bebês e pais prematuros. Certificada em "Maternidade em Crise" e em Acolhimento e Escuta à população LGBTQIAP+ ( RP 782/ ANTPC ).

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Mãe de primeira viagem

Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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