Entenda como as alterações hormonais impactam a saúde da pele.
Lesões cutâneas são um problema frequente em mulheres grávidas. São causadas por fatores hormonais, imunológicos, metabólicos e vasculares.
Algumas são dermatoses específicas da gestação. No entanto, a maioria delas são alterações fisiológicas.
Vou apresentar algumas dermatoses da gravidez neste artigo. Espero que ajude você que está grávida ou acabou de ter o seu bebê!
Gravidez e as alterações na pele
Estrias
As estrias são lesões cutâneas fisiológicas típicas durante a gravidez, mas também uma importante fonte de preocupações estéticas. Elas se desenvolvem como resultado da redução das fibras de elastina e das microfibrilas na derme relacionadas a fatores hormonais e físicos.
São mais proeminentes no abdome, mama, coxas, braços e dorso. E os fatores de risco incluem predisposição familiar, raça não-caucasiana, história de estrias, e ganho excessivo de peso durante gravidez. Podem melhorar o aspecto após o parto, mas geralmente não desaparecem.
Acne
A acne também é bem comum e é provocada pelo aumento da produção de sebo devido aos andrógenos maternos. É frequentemente observada no terceiro trimestre da gravidez e pode ser tratada durante e após a gestação.
Alterações vasculares
Alterações vasculares também podem ocorrer na gravidez. Os vasos sanguíneos se dilatam e proliferam em resposta ao estrogênio e outros fatores, contribuindo para a formação de aranhas vasculares, que podem regredir no pós parto.
Varicosidades, hemangiomas, tumores glômicos e granulomas piogênicos são outras alterações vasculares que podem ocorrer durante a gravidez.
Hiperpigmentações
Já a hiperpigmentação é a alteração fisiológica mais comum em gestantes. Escurecimento ao redor da aréola produz o que é conhecido como aréola secundária. Da mesma forma, a linha média abdominal, conhecida como linha alba, escurece para se tornar a linha nigra. Áreas intertriginosas, incluindo axilas, parte interna das coxas, genitália e região perianal, também podem escurecer.
O melasma, também conhecido como cloasma, refere-se à hiperpigmentação irregular e manchada na face. Os locais mais comumente afetados incluem nariz e bochechas, seguidos pelo lábio superior, testa, queixo e sobrancelhas. Embora influências hormonais estejam envolvidas, a radiação ultravioleta e a predisposição genética são fatores importantes. O tratamento geralmente é adiado porque os gatilhos para o desenvolvimento dessas alterações persistirão durante a gravidez e as alterações geralmente desaparecem no primeiro ano pós-parto.
Se persistir ou se a paciente estiver excessivamente angustiada com sua aparência, terapias como cremes clareadores, peelings e lasers estão disponíveis. A segurança de cada tratamento deve ser avaliada para uso durante a gravidez e a lactação, e a paciente deve ser orientada adequadamente pelo seu médico.
Quando devo me preocupar?
Ao contrário do caso de nevos melanocíticos suspeitos, que devem ser avaliados durante a gravidez, não há urgência no tratamento das alterações pigmentares fisiológicas durante a gravidez. Isso não significa que as alterações de pele precisem ser negligenciadas.
A preocupação com as alterações dermatológicas fisiológicas da gestação é predominantemente cosmética e, portanto, cada caso deve ser avaliado individualmente. Os fatores a considerar incluem:
a localização e distribuição da lesão,
a probabilidade de reversão do pós-parto,
o grau de sofrimento da paciente,
as opções de tratamento disponíveis,
a segurança dessas opções de tratamento durante a gravidez e a lactação,
bem como o potencial uso de medidas preventivas como protetor solar e evitar o sol.
É importante procurar acompanhamento médico para distinguir as alterações normais da pele durante a gestação de suas dermatoses e evitar tratamentos desnecessários e que podem ser prejudiciais.
*Mariana Pausen médica dermatologista, alergista e imunologista e mãe da Alice. CRM 52.90728-6
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