Essa é uma das grandes questões da maternidade. Como falar com os filhos? Desde que o meu filho nasceu que me preocupo com essa questão.
Depois da fase de troca de fraldas e noites sem dormir, os desafios são outros.
E foi por isso que eu resolvi estudar mais a fundo. Acabei descobrindo alguns caminhos interessantes que conto pra vocês na minha coluna "Mãe em Looping" na revista Pais & Filhos. Comenta lá final se gostou!
Mãe em Looping
Por Geovanna Tominaga
A DIFÍCIL ARTE DE SE COMUNICAR COM OS FILHOS
Gabriel e eu nem sempre nos entendemos bem. Estamos chegando no quarto ano de relacionamento e como boa jornalista, constatei que falhas e ruídos na comunicação entre mãe e filho podem desencadear conflitos e resultar numa parentalidade exaustiva.
Brigas acontecem por desentendimentos, muitas vezes, difíceis de serem resolvidos porque chegam a níveis onde gritos (e até mesmo palmadas) parece ser a única resposta. Eu não defendo castigos para educar, mas concordo que falar com crianças pode ser complexo. Parece simples, mas não é. Quem já tentou argumentar com uma criança de dois anos, sabe do que eu estou falando.
A comunicação com os pequenos é tão difícil que as vezes parece até que eles não estão entendendo! “Quantas vezes eu vou ter que te falar?”,”Você está me ouvindo? Então repete o que eu falei...” Estas frases, gastas de tanto usadas, mostram como a comunicação familiar pode estar abalada e, consequentemente, o nosso relacionamento com os filhos.
Se pararmos pra pensar que a criança de dois anos te ouve mas não te escuta, pense no adolescente de quinze!? É meus amigos, a coisa pode ficar muito feia pro nosso lado. Estudos sobre o mercado de trabalho já comprovaram que erros de comunicação podem causar desentendimentos de gestão e subordinação do empregado(e até acidentes de trabalho!). Isso ocorre em todos os relacionamento. Mas eu aposto que você prefere ser o “chefe inspirador" do que o “carrasco ditador” para os seus filhos, certo?
Mas então como isso acontece? Há várias razões pelas quais uma criança pode não estar seguindo as instruções de um adulto. Para haver uma comunicação efetiva, a mensagem deve sair de um emissor e chegar ao receptor. Os motivos porque a mensagem não atinge esse objetivo podem ser vários: o emissor não enviou a mensagem corretamente; a mensagem não estava inteligível; o receptor não foi capaz de receber a mensagem; o receptor não quis receber a mensagem por outros motivos.
Agora pense numa conversa com os seus filhos. Na primeira hipótese, você estava apressada, estressada, nervosa, e não soube se expressar de maneira assertiva. Já na segunda, a questão estaria na mensagem propriamente. Por exemplo, um local barulhento, ou se você estivesse rouca e sem voz... Ou até quando um fala inglês e o não. A comunicação não seria estabelecida, certo? A terceira hipótese trata do desenvolvimento do sistema auditivo, quando a criança possui alguma questão e não é capaz de receber a mensagem claramente.
A criança também pode estar distraída ou cansada, pode estar passando por um momento difícil ou enfrentando algum tipo de estresse ou ansiedade. Tudo isso dificulta a disposição para ouvir e a capacidade de concentração.
Agora, a última hipótese é um pouco mais complexa. Quando a criança escolhe não receber a nossa mensagem, nós devemos ficar atentos. É nesse momento que o adulto deve analisar a forma como fala com a criança. Se escutar você está sendo aversivo para ela, tente descobrir o motivo. Mas que tal você iniciar essa mudança? É claro que cada um tem a sua personalidade. Por isso, observe e tente adaptar a sua comunicação, respondendo às necessidades emocionais dela.
Antes de mais nada, mostre empatia, validando e reconhecendo os sentimentos dela. Use um tom calmo, mantenha o contato visual no nível da criança e seja direta. Use uma linguagem simples, adaptada à idade e capacidade de compreensão da criança.
Um verdadeiro diálogo se faz com entendimento e troca. Até que ponto você também é um bom ouvinte? Às vezes, pequenos ajustes na forma de se comunicar podem fazer uma grande diferença no dia a dia da
e no relacionamento com os filhos.
Espero que este texto tenha sido útil para a sua reflexão. Para ler a coluna acesse: Pais&Filhos
*Geovanna Tominaga é educadora parental, jornalista especialista em Comunicação e Mkt em Mídias Digitais. Pós-graduada em Neurociência, Educação e Desenvolvimento Infantil. Estudante de Psicologia e mãe de primeira viagem do Gabriel.
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