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Como construir caminhos para (re)encontrar a sua "caixa do nada"
Você provavelmente já viu o famoso vídeo que circula nas redes sociais sobre o funcionamento do cérebro masculino em caixinhas organizadas.
Cada caixa representa um assunto, e, ao abrir uma, as demais permanecem fechadas. Entre elas, destaca-se uma especial: a "caixa do nada", onde o homem consegue se desligar completamente do mundo à sua volta. E a "caixa do nada" feminina?
Por outro lado, no mesmo vídeo, as mulheres são retratadas sem caixinhas, mas com milhares de fios interconectados, onde tudo acontece simultaneamente.
Não é raro que estejamos no trabalho pensando na casa, no mercado lembrando de algo do trabalho, e, no meio de tudo, percebamos que esquecemos de dar parabéns para uma amiga. Esse looping infinitosó desacelera na hora de dormir – e olhe lá! Se essa mulher for mãe, então, a sobrecarga se intensifica ainda mais.
Apesar do humor desses vídeos, vale a reflexão: por que as mulheres são descritas como um grande emaranhado de fios, enquanto os homens teriam uma suposta "caixa do nada"? Essa diferença é biológica ou social?
Pesquisas em neurociência mostram que não existem diferenças significativas entre os cérebros de homens e mulheres que expliquem comportamentos tão distintos.
A neurocientista Gina Rippon reforça essa ideia:
"Minha motivação é mostrar que não há base biológica em estereótipos." (Revista Galileu)
No Brasil, estudos do IBGE revelam uma desigualdade expressiva no trabalho não remunerado, especialmente em tarefas domésticas e cuidado com os filhos. As mulheres dedicam, em média, o dobro de horas semanais a essas atividades em comparação aos homens. Ou seja, é mais fácil "encontrar espaço para o nada" quando alguém (a mulher) está fazendo tudo.
Quando a mulher também é mãe, esse emaranhado de fios se torna ainda mais intenso. As demandas diárias parecem intermináveis, e o estado de alerta é constante. A carga mental excessiva, somada às atividades profissionais e domésticas, faz com que muitas mulheres se sintam exaustas e sem espaço para organizar suas próprias "caixinhas internas".
O resultado? Muitas relatam a sensação de estar se perdendo de si mesmas. Com tantas responsabilidades, sobra pouco tempo para o autocuidado, para sonhos pessoais ou simplesmente para "não pensar em nada".
A pergunta que fica é: como construir caminhos para (re)encontrar a sua "caixa do nada"? Aqui vão algumas dicas:
Divisão de tarefas domésticas e parentaisA equidade na distribuição das tarefas é essencial. Homens e mulheres podem (e devem) compartilhar a organização da casa e o cuidado com os filhos. Esse compartilhamento real permite que as mulheres descansem a mente e encontrem momentos de "nada".
Mindfulness e prática de presençaPráticas como mindfulness ajudam a focar no momento presente, reduzindo o excesso de pensamentos. Exercícios respiratórios, meditação ou atividades simples que tragam atenção ao "aqui e agora" auxiliam a acalmar a mente.
Estabelecer prioridades e limitesAprender a diferenciar o que é urgente do que é importante evita sobrecarga. Listar tarefas, aprender a dizer "não" e reconhecer os próprios limites são estratégias para conduzir as demandas de forma mais saudável.
Reservar tempo para o ócio conscienteO ócio é essencial para a saúde mental. Permitir-se momentos de "fazer nada", como um banho demorado, uma pausa para música ou ficar longe das telas, ajuda a descansar corpo e mente.
A ideia de caixinhas e fios pode ser divertida, mas o que realmente importa é entender que fatores sociais e culturaisinfluenciam a forma como lidamos com a carga mental.
O reconhecimento dessa sobrecarga é essencial para que as mulheres possam, sim, acessar seu próprio espaço de descanso – ou sua "caixa do nada".
Se essa mudança vier acompanhada de mais equidade, talvez em um futuro próximo todas e todos possamos equilibrar melhor nossas caixinhas interiores. Afinal, um cérebro descansado é essencial para uma vida mais saudável, plena e leve.
*Alessandra Caroni é Psicanalista Clínica, especialização em Terapia Perinatal e Puerpério Emocional, com aprofundamento em temas como o acolhimento de bebês e pais prematuros. Certificada em "Maternidade em Crise" e em Acolhimento e Escuta à população LGBTQIAP+ ( RP 782/ ANTPC ).
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Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel.
Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.
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