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Conversas Maternas - Eduardo Duarte

Burnout materno: pressão sobre a mulher e o trabalho

Profissão mãe: entre a performance e a sobrecarga


Burnout materno: pressão sobre a mulher no trabalho

Ser mãe é um trabalho. Mais do que um papel ou função, a maternidade hoje se equipara a um ofício que exige dedicação, planejamento, resiliência e, como em muitos empregos contemporâneos, entrega de resultados.


No entanto, diferente das profissões formais, não há pausas, salários ou férias, e a cobrança – quase sempre internalizada – ultrapassa os limites do bom senso.


Essa realidade, alimentada pelo acesso constante à informação, somada à pressão social e às expectativas pessoais, tem levado muitas mães a níveis preocupantes de exaustão, e até mesmo ao burnout parental.


Burnout materno: de Cuidadora a Gestora

Há algumas décadas, a definição de uma "boa mãe" era relativamente objetiva: alimentar, cuidar da higiene, educar e transmitir valores. Embora já houvesse desafios, eles estavam mais atrelados à sobrecarga física.


Atualmente, com o avanço da ciência, da tecnologia e da disseminação de informações, o papel materno se expandiu para abarcar preocupações com o desenvolvimento físico, mental e emocional dos filhos.


Termos como "salto de desenvolvimento", "higiene do sono", "introdução alimentar BLW" e "autonomia emocional" estão no vocabulário de muitas mães, transformando tarefas antes simples em verdadeiras jornadas de aprendizado e autossuperação.


O problema surge quando essas demandas ultrapassam os limites do possível. A sobrecarga que antes era predominantemente física tornou-se também mental, gerando um efeito cumulativo que afeta diretamente a saúde das mães.


Burnout Parental: quando cuidar se torna insuportável


Burnout materno: pressão sobre a mulher no trabalho

O burnout parental é um estado de exaustão física, emocional e mental causado pelas

demandas excessivas da criação de filhos.


Um estudo da Frontiers in Psychology (aqui) revelou que o burnout parental afeta cerca de 12% dos pais, sendo as mães as mais vulneráveis devido à divisão desigual de responsabilidades domésticas e parentais.


Os principais sintomas incluem:

Fadiga extrema, que não melhora com o descanso.

Sensação de incompetência, como se nunca fosse suficiente.

Apatia ou distanciamento emocional, dificultando a conexão com os filhos.

Irritabilidade constante, mesmo em situações cotidianas.


Essa condição vai além da exaustão comum. Enquanto a exaustão (sinal amarelo) pode ser aliviada com mudanças pontuais na rotina, o burnout (sinal vermelho) exige intervenção mais profunda, muitas vezes com apoio terapêutico.


Estilo de vida e sobrecarga mental


Burnout materno: pressão sobre a mulher no trabalho

O ritmo frenético da sociedade contemporânea é um dos maiores vilões.


O fácil acesso a redes sociais e plataformas de informação inundou as mães com conteúdos que muitas vezes mais confundem do que ajudam.


A comparação entre maternidades, alimentada por imagens idealizadas de famílias perfeitas, gera uma sensação de insuficiência que afeta a autoestima.


Outro ponto crítico é a ideia de que a mãe deve ser a principal responsável pelos cuidados dos filhos. Essa visão sobrecarrega as mulheres e perpetua uma desigualdade que não reflete mais as dinâmicas sociais. A falta de envolvimento paterno em responsabilidades cotidianas também contribui para o esgotamento.


Como lidar com a sobrecarga?

A boa notícia é que é possível minimizar os impactos dessa sobrecarga. Aqui estão algumas dicas para começar:


  • Reconheça seus limites: Nem tudo precisa ser perfeito. Aceitar que é impossível atender a todas as expectativas é libertador.

  • Pratique o consumo consciente de informações: Pergunte-se o que realmente cabe na sua realidade e descarte o que não agrega.

  • Evite comparações: Lembre-se de que o que aparece nas redes sociais é apenas uma fração da realidade.

  • Busque autoconhecimento: Entender suas emoções e necessidades é essencial para criar estratégias de enfrentamento.

  • Compartilhe responsabilidades: Envolva o parceiro e outros familiares nos

    cuidados. A paternidade ativa é um direito dos pais e uma necessidade das mães.

  • Desenvolva redes de apoio: Construa relações práticas e empáticas com outras mães, amigos ou profissionais.


Repensar a maternidade significa, acima de tudo, rever papéis. A responsabilidade de cuidar não deve ser exclusivamente feminina. É urgente promover uma paternidade ativa, redistribuir tarefas e desmistificar a ideia de que a mãe precisa dar conta de tudo.


Reconhecer a maternidade como um trabalho complexo, sem padrão ouro, é o primeiro passo para ressignificar a experiência. Há uma imensidão de possibilidades no maternar, e nenhuma delas precisa seguir um roteiro pré-definido.


Respeitar a sua história, os seus limites e a sua essência é a base para uma maternidade mais leve e autêntica. Lembre-se: o trabalho de ser mãe não precisa ser solitário. Ao compartilhar suas vivências e buscar apoio, você estará não apenas se fortalecendo, mas também contribuindo para a construção de uma sociedade que valoriza, respeita e acolhe as mães em todas as suas jornadas.


*Alessandra Caroni é Psicanalista Clínica, especialização em Terapia Perinatal e Puerpério Emocional, com aprofundamento em temas como o acolhimento de bebês e pais prematuros. Certificada em "Maternidade em Crise" e em Acolhimento e Escuta à população LGBTQIAP+ ( RP 782/ ANTPC ).

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Mãe de primeira viagem

Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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