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Conversas Maternas - Eduardo Duarte

Prematuridade


Prematuridade

Com a descoberta de uma gravidez, toda família se vê ansiosa pelo nascimento do bebê. Não ė mesmo?


No entanto, a euforia acaba dando lugar à preocupação, quando o novo integrante acaba nascendo antes da hora.


Pela aparência frágil e pequena, a prematuridade do bebê pode causar aflição e medo aos familiares, que ainda não estão preparados para lidar com essa nova realidade.


"Atenção pois os cuidados no período neonatal influenciarão no desenvolvimento global e impactarão em seu alinhamento em etapas futuras"

TIPOS DE PREMATURIDADE:

Prematuro tardio

Nascido entre 34 a 36 semanas.

Apesar de imaturos, já tem quase todas as funções vitais preparadas, mas pode apresentar alguma dificuldade na respiração.


Prematuro moderado

Nascido entre 29 a 33 semanas.

Nesse caso, seu sistema respiratório ainda não está totalmente desenvolvido assim como sistema nervoso central (SNC).

O bebê vai precisar de suporte além da dificuldade de manter a temperatura


Prematuro extremo

Nascido até 28 semanas.

É o que apresenta organismo mais imaturo. Necessário maior intervenção para que o bebê consiga desenvolver-se. Posso dizer que temos o privilégio de acompanhar muitos bebês nascidos com 22/23 semanas de gestação, e é emocionante ver a evolução desses pequenos vencendo os desafios da prematuridade.


CAUSAS DA PREMATURIDADE

São muitas as causas que levam a gestante a ter um parto prematuro. É possível acompanhar a gestação e reconhecer de forma precoce gestantes com risco de parto prematuro por meio de assistência pré-natal.


Lembra que já falamos sobre a importância dos 1000 dias? A transição fora do útero cria um desafio ao bebê que apresenta imaturidade dos seus sistemas fazendo com ele necessite de intervenção.

Imagino e entendo perfeitamente o "susto" ao saber que seu bebê precisará de UTI neo natal.


O impacto do ambiente hospitalar gera preocupação quanto ao seu desenvolvimento global , por isso é muito importante ter um ambiente adequado para receber esse bebê, devemos pensar em neuro-proteção! Isso significa dizer que é preciso trabalhar no sentido de minimizar o gasto de energia, estímulos dolorosos, excesso de manipulação, diminuir a luminosidade, sons intensos.


A necessidade de lidar com a organização de sua postura no meio extrauterino é um grande desafio para um RN, e como o prematuro é incapaz de realizar ajustes posturais devido ao seu baixo tônus muscular e a imaturidade de seus sistemas de auto-organização, é necessário a criação de limites e apoios para a contenção oferecendo a sensação de segurança.


Desta forma o posicionamento ideal é fundamental para diminuir consequências das desvantagens mecânicas do sistema respiratório, e assim auxiliar no desenvolvimento sensório motor do bebê.

A mudança frequente de postura proporciona diferentes sensações de peso e informações em diferentes grupos musculares, além de proporcionar maior conforto, organização e proteção a pele e minimizando deformidades. Atenção pois os cuidados no período neonatal influenciarão no desenvolvimento global e impactarão em seu alinhamento em etapas futuras.


Meu bebê nasceu, e agora?

ANOTE A DICA

Ė importante saber que a intervenção precoce, melhor dizendo estimulação essencial, no tempo ideal, deve acontecer desde a UTI com uma equipe multidisciplinar respeitando a individualidade e condição clínica de cada bebê, assim como humanização e cuidados centrados na família, afinal os pais não são visitas. Eles são peças fundamentais nesse processo, o contato pele a pele podendo utilizar o método canguru, vai contribuir muito nesse processo.


Alta do bebê prematuro

Uma grande preocupação de todas as famílias é saber e entender como será o desenvolvimento do prematuro pós alta, certo? Cada criança e única! A prematuridade é uma realidade complexa e que não finaliza com a alta . Podem surgir necessidades multifocais envolvendo inclusive a saúde mental de todos os envolvidos: cuidar de quem cuida, auto cuidado, o pai também precisa atenção. O irmão que se questiona porque meu irmão não veio para casa ?


Mas todo prematuro apresentará particularidades no seu desenvolvimento?

Todo prematuro apresentará necessidade de intervenção? Essas são também perguntas muito frequentes! A resposta ė que a ciência e a minha experiência enfatizam que ha maior probabilidade de prematuros, especialmente os extremos, apresentarem dificuldades e/ou atrasos em seu processo de crescimento, desenvolvimento e aprendizado. Porém, cada um terá sua trajetória e que não necessariamente apresentarão sequelas. Tudo vai depender do quadro clínico, baixo peso e privação de sensações. Cada um terá uma trajetória diferente mesmo que com a mesma condição de saúde.


Orientação

Dessa forma, o bom acompanhamento e orientações do pediatra e toda equipe de especialistas e equipe multidisciplinar de reabilitação serão fundamentais para auxiliar seu desenvolvimento e levar apoio a família além de orientá-la em todas as fases necessárias.


Vale lembrar a importância do follow up, acompanhamento desde a alta hospitalar , para não perder a janela de oportunidades , minimizando os desvios que poderão surgir .

Podemos orientar ou intervir, sempre pensando em prevenção! Para tal acompanhamento sempre tomamos como base a idade corrigida, ajuste de idade cronológica descontando o tempo de nascimento prematuro para que se tenha uma expectativa real sem subestimar o prematuro ou confronta-lo ou compara-lo com um bebê que teve seu desenvolvimento intrauterino completo.


Tudo é processo

Há um processo e muitos desafios...Porém, tudo passa!

Para Deus nada é impossível. Se houver 1% de chance tenha 99% de fé.

Cuidar de um prematuro ė fazer parte do milagre da vida. Acreditem na plasticidade.

Além das técnicas e todo conhecimento, a utilização do amor, respeito a criança e a família, favorece e muito a transformação. Ė possível vencer todos os desafios da prematuridade.


* Bete é fisioterapeuta, especializada no Conceito neuroevolutivo Bobath baby e infantil combinado com integração sensorial, Método Therasuit. Certificada em cursos de desenvolvimento motor e aspectos biomecânicos e cinesiologicos de 0 a 2 anos,

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Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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