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Conversas Maternas - Eduardo Duarte

Atrasos motores no TEA


Atrasos motores no TEA - Conversas Maternas

Apesar das disfunções motoras não estar entre os critérios diagnósticos para Autismo há um grande índice de alteração nessa população. Estima-se que aproximadamente 80% das crianças com autismo apresentem dificuldade nas habilidades motoras.


Acredita-se que as alterações motoras sejam um dos sinais mais precoces de TEA. São sinais que podem ser observados muito cedo e que devem despertar o sinal de alerta da equipe de saúde e da família, como por exemplo, atraso no desenvolvimento do controle e ajuste postural, baixo tônus.



O desenvolvimento motor de crianças com autismo pode apresentar atraso, tanto na motricidade fina quanto na motricidade grossa. Isso significa que elas podem ter dificuldades para tomar decisões e executar movimentos, desde os mais simples até os mais complexos.


Para a criança, desenvolver essas habilidades é fundamental, já que gera impactos cognitivos, sociais e culturais. Permite assim que ela interaja com o ambiente adquirindo maior independência e na socialização como durante o brincar onde cria-se relações mais efetivas com outras crianças.


Os prejuízos motores em crianças com autismo podem variar bastante, causando déficits na socialização, na comunicação e em sua independência na realização das atividades de vida diária .


Sinais de atraso do desenvolvimento motor

Apesar de alguns dos sinais de atraso do desenvolvimento motor serem bem discretos,

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já é possível observar algumas alterações nos primeiros 18 meses de vida da criança. Essas observações podem ser feitas pela própria família, mas um profissional especializado pode oferecer todo apoio que os cuidadores precisam.


Alguns sinais importantes para observar são:


  • Será que a criança sustenta a cabeça?

  • Ela consegue passar para o sentar e permanecer sentada sozinha?

  • Já engatinha e/ou anda sem apoio?

  • É preciso entender também se a criança de até 18 meses já tem uma noção para manter o próprio equilíbrio. Caso negativo, é melhor buscar um Fisioterapeuta para auxiliar nessa jornada.


Além disso, é possível observar se a criança apresenta outros sinais, que são muito comuns para indicar o atraso no desenvolvimento motor, como as apraxias (distúrbios motores da fala), caminhar na ponta dos pés, que corresponde a uma mescla entre alterações motoras e sensoriais como ja falamos por aqui, algo que depende de aspectos motores desde os primeiros meses de vida e que pode gerar dificuldade em pegar no lápis para pintar, desenhar e outros aspectos nas etapas futiras do desenvolvimento


Outras queixas das famílias

  • Criança baba em excesso – o que é muito comum, e normalmente é decorrente de um comprometimento funcional (tônus) da musculatura facial;

  • Criança cai sozinha com dificuldade – o atraso no desenvolvimento motor, resulta na menor capacidade de manter o equilíbrio, o que frequentemente provoca “quedas inexplicáveis”.

Além dos 18 meses

Com crianças acima dos 18 meses, também é possível observar os sinais de atraso no desenvolvimento motor. Alguns deles podem ser percebidos no dia a dia:


Dificuldade para andar;

Manipular objetos;

Escrever;

Balançar;

Pular;

Manter a postura;

Imitar os movimentos de outras pessoas.

É importante observar se a criança possui atraso do desenvolvimento motor, pensando justamente nas habilidades que ela pode ter mais dificuldade em desenvolver. Por exemplo, se a criança não tem equilíbrio para manter a postura, dificilmente ela vai conseguir ficar sentada em uma roda de amigos, ou em uma atividade com o grupo escolar. Além de afetar o desenvolvimento físico da criança (causando uma má postura, por exemplo), desfavorece o momento de interação social entre os amigos.


Além disso, quando a criança não recebe a intervenção precoce adequadamente as consequências podem refletir em uma fase mais tardia ou até mesmo na fase adulta. Por isso é comum identificar crianças mais velhas com TEA com problemas no controle motor básico, como falta de coordenação global e de membros, controle postural pobre, lentidão das respostas motoras, marcha “desajeitada” e tônus muscular alterado.


Exemplos de alterações motoras comuns no TEA



Atrasos motores no TEA - Conversas Maternas

Hipotonia (baixo tônus e força muscular), falta de capacidade de sustentar a cabeça, dificuldades ao sentar sem apoio, sentar entre as pernas (sentar em W), dificuldade para engatinhar, tendência de andar nas pontas dos pés, dificuldade em correr, jogar bola, subir e descer escadas, pular corda, escovar os dentes, pular objetos pequenos, pedalar triciclo, pular em um só pé, andar numa bicicleta, falta de percepção do seu corpo no espaço, alterações de equilíbrio, dispraxia (disfunção motora neurológica que impede o cérebro de desempenhar os movimentos corretamente), dificuldade para escrever e até mesmo para falar, além das alterações sensoriais.


Importante ressaltar que associado as alterações sensoriais existem as alterações de estruturas e funções do corpo como falta de força, falta de alinhamento , diminuição da mobilidade ...


Estudos encontrados na literatura relacionados ao tratamento de crianças diagnosticadas com o espectro autista cita somente o acompanhamento de psicólogos, terapeutas ocupacionais e proissionais de musicalidade, negligenciando a repercussão motora que pode trazer, com quadros hipotônicos e eixos desorganizados, o que ocasiona, na primeira fase da vida, um atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor.


Ao se falar sobre crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é comum que inicialmente muitos pais e responsáveis desconheçam o trabalho do fisioterapeuta para a evolução do quadro clínico dessas crianças e a importância, para o desenvolvimento físico dos pequenos, do profissional estar inserido na equipe multidisciplinar desde os primeiros diagnósticos.


Trabalho do fisioterapeuta

O fisioterapeuta tem como objetivo trabalhar aspectos motores, sensório-motores, tônus global, tônus postural, alinhamento biomecânico, alongamento ativo, coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, noção espacial, planejamento motor, esquema corporal e imagem corporal, bem como regulação sensório-motora e engajamento juntamente com a equipe interdisciplinar que atende o paciente com TEA sempre respeitando as suas individualidades, promovendo, assim, a formação dos alicerces para as competências sociais, emocionais e intelectuais destas crianças, visando sempre na funcionalidade dessa criança ao meio.


Queremos mostrar a importância de uma intervenção da Fisioterapia motora em crianças com o diagnóstico de Autismo, visando informá-los sobre o tema.


Um aspecto muito importante, pois estão intimamente ligados à sua funcionalidade, os movimentos sincronizados durante a caminhada podem

estar ausentes ou serem precário. Crianças com diagnóstico tardio de transtorno autista normalmente apresentam problemas no padrão motor da marcha, em que utilizavam a ponta dos pés para tal, mostraram também uma postura assimétrica do braço durante e a caminhada e anomalias no movimento geral.


Há um atraso na aquisição dos movimentos naturais (descer escadas com movimentos alternados) e diiculdades de aquisições de habilidades motoras inas (vestir e despir, desenho e escrita, diiculdades na condução do índice do polegar). Isso tem um impacto importante na funcionalidade


É uma característica importante de crianças com Síndrome do Espectro Autista, pois aspectos motor‑fonológicos em produção podem ter impacto na comunicação. Sendo muito importante a Fisioterapia respiratória global atuando na mecânica respiratória Auxiliando em parceria com a fonoaudióloga .



*Bete é fisioterapeuta especializada no Conceito neuroevolutivo Bobath baby e infantil combinado com integração sensorial, Método Therasuit. Certificada em cursos de desenvolvimento motor e aspectos biomecânicos e cinesiologicos. Pediatric taping e eletroestimulação na pediatria. Controle


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Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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