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Mãe de primeira viagem

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Conversas Maternas - Eduardo Duarte
Foto do escritor Julia Ludolf

Arte, ponte para dois mundos



Quando nasce um bebê, também nasce uma mãe, um pai, um avô, uma avó, uma tia, um irmão. Acontece então uma “revolução familiar”. O bebê que habita um apartamento ou uma casa causa transformações sem fim. Novos sons são ouvidos, o choro, por exemplo, toma conta do espaço, o cheiro de bebê torna-se o novo aromatizador de ambiente e dormir torna-se algo raro para todos, mas o sorrir algo constante. Cada acontecimento causa comentários, espantos e surpresas. E as primeiras conquistas do bebê? Essas arrancam choros de alegria. São muitas emoções misturadas.


"Ao cantar, ao dançar, ao brincar durante as vivências artísticas com o seu bebê, as famílias aproximam o universo infantil do universo adulto e a ARTE forma essa ponte entre esses dois mundos. Com todo seu poder de aprofundar os sentimentos e emoções nas pessoas."

A família, após os primeiros meses de convívio com aquele ser, vai se adaptando e encontrando os caminhos para que a harmonia entre os hábitos antigos e novos aconteça. De repente, olha-se pela janela e avista-se uma pracinha. A vontade de levar o bebê para passear, tomar sol e respirar lá fora fica grande. As paredes da casa acabam por aprisionar as possibilidades de todos. Então, inicia-se o processo de saída. Carrinho, mamadeira, água, papinha, fralda, mochila e outras mil coisas. Mil não, um milhão de coisas. As saídas são rápidas e ainda um pouco tensas. Mas tudo é muito intenso. A borboleta que voa parece mágica, os sons da cidade e da natureza vão voltando a fazer parte da vida da família e o bebê começa a sua linda, vasta e infinda jornada de conhecer e explorar as possibilidades que o mundo oferece.


Depois desse momento de respirar e expandir os sentidos, novos processos vão se dando. Para muitas famílias chega o momento de possibilitar a socialização do bebê. E como é importante essa fase. As festas de aniversário começam a surgir e o convívio com outros bebês vai se dando. Antes de procurarem uma escola, há a possibilidade de vivenciarem experiências em centros de desenvolvimento infantil ou atividades que aconteçam nas suas casas mesmo ou dos vizinhos, como é o caso das experiências artísticas dedicadas aos bebês, a musicalização, por exemplo.


Inicialmente muitos responsáveis acham que essas experiências são recreativas, apenas um entretenimento. Pensam que é um momento para falarem ao telefone, responderem aquela mensagem do trabalho, conversarem...Enfim...Muitas interpretações equivocadas sobre as atividades artísticas são geradas. Mas isso é “natural”, é algo “esperado”, já que é tudo muito novo. E é importante pontuar que esse adulto passou muito tempo longe da ARTE... Muito tempo esquecendo do seu lado sensível. Cabe ao profissional que está desenvolvendo o trabalho artístico direcionar o olhar e a escuta desse adulto para que ele compreenda a importância da conexão que a ARTE estabelece naquele momento com aquele bebê e a conexão que o bebê estabelece com a sua mãe, seu pai, sua avó, seu avô, com o acompanhante do bebê em geral através da ARTE.


Eu como artista e educadora, sinto que é muito bonito e interessante ver a transformação das famílias ao compreenderem a relevância desse trabalho. E também, é claro, quando elas começam a sentir no coração o que causa uma música, uma brincadeira, um riso, uma dança. Quando elas embarcam no trem da ARTE junto com os bebês e crianças, passam a descobrir, ou melhor, a redescobrir a ARTE nelas e o sensível nelas. Começam a mergulhar nas possibilidades que o mundo da imaginação proporciona e a brincar junto com seu bebê, observar os seus processos, notar mudanças de comportamento depois das vivências artísticas e a perceber que o verdadeiro desenvolvimento infantil precisa acontecer com bases sólidas de afeto e relação amorosa e sensível. E nada melhor do que fazer essa magia acontecer em família e com a ferramenta da ARTE.

Compreendida a relevância dos vínculos afetivos, agora a família que antes pensava que as vivências artísticas eram somente entretenimento para o seu bebê, passam a valorizar também a qualidade com que é vivida a primeira infância. Esse período que as pessoas tem a tendência a olhar como uma fase simples, mas que na verdade é crucial para o desenvolvimento dos pequenos.


Ao cantar, ao dançar, ao brincar durante as vivências artísticas com o seu bebê, as famílias aproximam o universo infantil do universo adulto e a ARTE forma essa ponte entre esses dois mundos. Com todo seu poder de aprofundar os sentimentos e emoções nas pessoas.


* Julia é formada em Licenciatura em Teatro e Pós- graduada em Música. Hoje, Julia estuda Arte-Terapia e Terapia do som, conhecida como "Sound Healing"

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1 Σχόλιο


Márcia Lobosco
Márcia Lobosco
29 Αυγ 2022

Adorei o texto, Julia!

Reflexões importantes sobre o tornar-se humano e a relevância das experiências artísticas para esse processo.

Como educadora e mãe, considero fundamental a temática por você.


Parabéns!

Parabéns também à revista pelo espaço significativo para a Arte.

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Mãe de primeira viagem

Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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