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Conversas Maternas - Eduardo Duarte

Nutrição adequada no TEA


Nutrição adequada no TEA - legumes e verduras sobre a mesa

Em nossa conversa desse mês, um assunto que é novo, muito interessante e que ainda vai ser muito explorado.


Ainda existem muitos estudos em andamento e muito interesse nessa área de pesquisa.


Mas algo que se pode observar até o momento é que alguns artigos científicos vêm mostrando que, existem aspectos que se destacam quando nos referimos à alimentação no transtorno do espectro autista ( TEA).


Dentre eles podemos destacar:

  • Seletividade: as crianças podem ser mais sensíveis à textura, cheiro, cor e consistência dos alimentos. Muitas vezes essa condição limita a variedade de alimentos que ela come, podendo levar a carências nutricionais. Nós falamos sobre esse assunto no artigo do mês passado, lembram? É uma condição comum na infância e no espectro se manifesta, muitas vezes, de uma maneira mais rígida e característica;

  • Recusa alimentar: a não aceitação de um ou mais alimentos pode levar a um quadro de desnutrição calórico-proteica, causando perda de peso e baixa estatura.

  • Falta de rotina e estrutura na alimentação: é necessário que a criança tenha uma rotina alimentar previsível e saudável como lugar para comer, horários estabelecidos para as refeições e sem distrações como TV, celular e tablet. Isso torna o horário da refeição algo previsível e que proporciona maior segurança.

  • Comer pouco: Quando há uma difuiculdade de atenção associada, manter-se concentrado em uma tarefa por um longo período de tempo é difícil e faz com que a quantidade de alimentos ingeridos seja menor.

  • Uso de remédios: Muitos medicamentos usados causam perda de apetite, fazendo com que a criança coma pouco. A longo prazo, isso pode afetar peso e crescimento. Já outras medicações podem aumentar o apetite, causando ganho de peso excessivo.

Nutrição adequada no TEA

A má alimentação e a falta de equilíbrio energético são motivos de especial preocupação, pois, a ingestão de energia está estreitamente relacionada com a ingestão de micronutrientes, Istoé, vitaminas e minerais.


É provável que as crianças, cujo consumo de energia é menor, também sofram de deficiência de ferro e zinco.


Desordens na nutrição no TEA

Além disso, no transtorno do espectro autista existe também uma série de desordens gastrointestinais como menor produção de enzimas digestivas – isso faz com que os macronutrientes (proteína, carboidratos e gorduras) ingeridos pela criança não sejam quebrados adequadamente, atrapalhando a absorção.


Outros fatores são:

  • Inflamação da parede intestinal: a irritabilidade da parede intestinal pode causar diarréias e conseqüente diminuição de absorção de nutrientes.

  • Disbiose intestinal: causada por causa do desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins no intestino, essa condição promove uma permeabilidade intestinal, onde proteínas inteiras e toxinas produzidas por fungos e bactérias patogênicas, isto é, que causam doenças, podem ser absorvidos, e causam prejuízos à saúde. Além disso, a disbiose também pode comprometer a absorção de nutrientes e sobrecarregar o sistema imunológico, afetando diretamente a imunidade da criança.

  • Excesso de carboidratos refinados: Por conta da seletividade alimentar, geralmente crianças acabam tendo preferência por alimentos ricos em carboidratos como pão, arroz, biscoitos... A glicose desses carboidratos favorece a proliferação tanto de fungos como a Cândida albicans como de bactérias como o Clostridium difficile, cujas toxinas são prejudiciais.

  • Constipação: Conhecida também como prisão de ventre, as crianças no espectro autista podem ser afetadas pelo problema ao não consumir fibras suficiente (verduras, legumes e alimentos integrais), pelo uso de alguns medicamentos e falta de atividade física.


À partir de todas essas informações, podemos afirmar que muitas crianças no espectro autista apresentam, com freqüência, sintomas gastrointestinais tais como, dor abdominal, diarréia crônica, flatulência, vômitos, regurgitação, perda de peso, intolerância aos alimentos e constipação.


O nutricionista é um profissional indispensável para auxiliar no controle destes sintomas e garantir uma nutrição adequada. Mas tudo sem esquecer que existe a participação e parceria da família.



Autismo e o Direito ao tratamento multidisciplinar

*Vanessa Monteiro é nutricionista especialista em Nutrição Materno-Infantil e Nutrição Clínica, com foco em atendimento Pediátrico, Tentantes, Gestantes e Lactantes

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Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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