
Devo me preocupar? As crianças com transtorno de processamento sensorial (TPS) ou transtornos motores com base sensorial, na maioria das vezes andam nas pontas dos pés, não é mesmo? São inúmeras as causas do equinismo idiopático ou pé de bailarina como é chamado quando a criança anda na ponta dos pés.
Durante o início da marcha a criança pode andar assim e a medida que vai acontecendo as experiências sensório motoras a caminhada vai aperfeiçoando. Fique atento, pois se persistir após os 2 anos, se torna preocupante.
Mesmo que uma criança menor de 2 anos, passe 70% ou 80% do dia andando na ponta dos pés, ja podemos deduzir que isso não trará benefícios para musculatura, articulações e toda percepção corporal, certo?
Podendo haver efeitos a longo prazo, trazendo impactos negativos na atenção, fala, comportamento e no alinhamento global gerando encurtamentos, permitindo quedas regulares e principalmente restrições na participação dessa criança ao meio que está inserida, pois ė um desafio andar na ponta dos pés, alterando toda sua postura e comportamento para se acomodar a mudança de peso para frente, já pensou nisso?
ATENÇÃO
Nossas crianças precisam ter bons pés!Entenda a importância dos pés:
Os pés são nossa base de suporte. Com estabilidade dos pés e alinhamento adequado teremos melhor atenção, controle de tronco, cabeça, melhor função oral e uso de membros superiores. Uma "pobre" postura dos pés pode desencadear alterações em todo corpo, interferindo nas estruturas superiores como tornozelo, joelhos, quadril e tronco. Devemos cuidar dos pés dos nossos bebês como preparação para o futuro favorecendo um bom desenvolvimento ósseo e um bom alinhamento.
O tratamento quando diagnosticado mais cedo poderá ser conservador, podendo envolver aplicação de medicamentos, uso de kinesiotaping, palmilhas, órteses e outros recursos associados ao tratamento Fisioterapêutico. Entretanto, quando maior for a criança e a rigidez articular maior a possibilidade de necessitar de tratamento cirúrgico e em seguida fisioterapia.
Em ambos os casos se faz necessário a intervenção de um trabalho em equipe com fisioterapia e Terapia ocupacional de forma atuar nos aspectos sensoriais e estruturais .
DICAS
Aproveite essas dicas fáceis e potencialize os estímulos fora de um consultório de maneira lúdica:
🔸Faça uma avaliação global com profissionais especializados para acompanhar desde cedo todo desenvolvimento do seu bebê desde o nascimento. Prevenção é tudo!
Veja sobre isso na coluna anterior
🔸 Troque alongamentos passivos por alongamentos ativos e funcionais, onde a criança participa e melhora a amplitude de articular, usando força para brincar.
🔸 "Abuse" dos circuitos que oferecem variabilidade de experiências sensório motoras que as crianças vão utilizar em suas atividades diárias, como subir e descer escada, pular, andar em superfícies irregulares pelas ruas, calçadas, praças e utilizar os brinquedos do parque.
🔸 Escaladas em pé usando os braços, como por exemplo: subir pela rampa de um escorrega.
🔸 Agachamento! Brincar agachado ou subir e abaixar para pegar algo no chão.
🔸 Colocar a criança em pé se equilibrando em uma perna, como se fosse se vestir.
🔸 Bom alinhamento ao longo do dia, como por exemplo: sentar com os pés apoiados para refeições e atividades lúdicas.
🔸 Brincar no chão na postura de sereia, evitar sentar na postura anel.
*Bete é fisioterapeuta, especializada no Conceito neuroevolutivo Bobath baby e infantil combinado com integração sensorial, Método Therasuit. Pediatric taping e eletroestimulação na pediatria. Controle de tronco e pediatric gait.
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