A introdução alimentar é o processo de começar a oferecer alimentos sólidos e semissólidos a bebês a partir dos 6 meses de idade.
Será que existe introdução alimentar perfeita? Se você está grávida, amamentando ou já está na fase de introdução alimentar, eu tenho uma frase importante para te falar.
A Introdução Alimentar é um período e não um evento! Essa fase tem inicio no sexto mês do bebê, mas continua por um bom tempo, pelos menos até um ano de idade.
Introdução alimentar perfeita
O inicio do contato do bebê com a alimentação complementar não tem como função pricipal, a nutrição. Neste período até os doze meses, o leite materno é o alimento que suprirá a maior parte das necessidades nutricionais do bebê. A alimentação complementa a amamentação.
Eu sei que com essa informação, vem o questionamento: Mas nutri, se os alimentos da introdução alimentar não servem para nutrição, para quê servem então? Eles servem para proporcionar uma experiência sensorial que envolve e facilita todo o processo de aceitação do alimento. Portanto é importante que o bebê tenha contato com a comida (olhar, cheirar, tocar, sentir texturas pelo tato e língua e sentir o sabor).
Quando esse estímulo sensorial não acontece de forma adequada e frequente, as chances de desenvolvimento de uma seletividade alimentar posterior aumentam muito, principalmente quando existe já dentro da própria família um componente genético, que pode ser observado através das atitudes de quem oferece o alimento. Um exemplo, é quando a criança nunca pode se sujar enquanto come.
Na hora da refeição, como deve ser um momento de contato com o alimento, é possível que a criança se suje e não há nada de errado com isso. Ao não permitir que isso aconteça, a criança deixa de ter contato com a comida pelo tato. Isso pode influenciar a aceitação de purês, molhos e frutas.
Texturas na introdução alimentar
Outro ponto importante deste período diz respeito à evolução da consistência. Durante muito tempo, foram oferecidos alimentos bem pastosos, quase líquidos para os bebês, as famosas papinhas, lembram? Tudo era misturado, batido no liquidificador, a aparência era somente de uma cor, não havia distinção e diferenciação para aprendizado de quais eram os alimentos que estavam ali e o sabor era um só.
Hoje em dia, com o avanço das pesquisas com relação a aceitação, seletividade e dificuldades alimentares, observou-se a necessidade de iniciar com alimentos em pedaços grandes como na BLW ou uma combinação de alimentos separados e amassados com pedaços maiores que o bebê possa pegar e levar à boca (introdução alimentar participativa).
Até que o bebê complete um ano, é importante que a consistência da comida evolua de pastosa para pedacinhos. Esse processo estimula a experiência com novas texturas dentro da boca e a mastigação. Assim como ao sugar, ao mastigar o bebê exercita músculos da face envolvidos no mecanismo da fala. Isso quer dizer que, mastigar é importante para o falar.
Mas atenção para um conselho de nutri, de vez em quando, mesmo que você opte pela introdução em que a criança pegue os alimentos (BLW), ofereça sim, purês, sopas, cremes, afinal estes também são pratos presentes em nossa alimentação. A exclusão completa de texturas pastosas, também dificulta a aceitação posterior deste tipo de preparação.
Dificuldade para comer na introdução alimentar
Não existe nenhum alimento que o bebê não goste nessa fase. Existem sim, alimentos que possuem textura ou sabor que ele ainda não está acostumado e está se acostumando. Afinal, até bem pouco tempo a alimentação era somente liquida, não é mesmo? Para que haja melhor aceitação, é importante que o alimento seja oferecido muitas vezes.
No processo de introdução alimentar, nosso maior objetivo é que o bebê tenha prazer em comer, que seja divertido e não se torne uma cobrança em busca de aceitação de quantidade, ou de raspar o prato. Tenha paciência e persistência, ok?
*Vanessa é nutricionista especialista em Nutrição Materno-Infantil e Nutrição Clínica, com foco em atendimento Pediátrico, Tentantes, Gestantes e Lactantes
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