

Consumismo na infância
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Dicas de atividades simples para cuidadores e educadores aplicarem na rotina com as crianças.
O desenvolvimento socioemocional das crianças tornou-se uma prioridade cada vez mais evidente, não só em casa.
As escolas, mais do que espaços de ensino de conteúdos curriculares, precisam ser ambientes seguros onde crianças e adolescentes possam expressar seus sentimentos.
Aprender a lidar com as emoções ajuda a construir relações saudáveis e promove o desenvolvimento socioemocional. Essa é uma tarefa essencial que exige escuta ativa, acolhimento e estratégias pedagógicas eficazes.
Vamos apresentar sugestões práticas de atividades voltadas ao fortalecimento do socioemocional de estudantes, com base em metodologias que favorecem a construção de vínculos, a empatia, a autorregulação emocional e o senso de pertencimento.
Antes de apresentar as atividades, é importante compreender que trabalhar o socioemocional vai além de falar sobre sentimentos.
Trata-se de desenvolver competências como empatia, colaboração, autoconhecimento, responsabilidade e resiliência emocional.
Essas competências estão ligadas à forma como os indivíduos reconhecem e lidam com suas próprias emoções, bem como interagem com os outros.
Trabalhar o socioemocional, portanto, envolve criar espaços de escuta e diálogo, onde os estudantes se sintam acolhidos e encorajados a se expressar com liberdade e respeito.
A escolha das atividades deve considerar a adequação ao público envolvido. Atividades que abordam sentimentos e emoções precisam estar sustentadas por um ambiente seguro, com a presença de educadores preparados para mediar conflitos, incentivar o diálogo e respeitar a diversidade de experiências emocionais.
Selecionamos algumas ideias simples que qualquer cuidador ou educador poderá aplicar no dia a dia, sem que se torne algo muito didático. As atividades apresentadas — Roda de Convivência, Cartas para o Futuro e Diário de Sentimentos — são ferramentas acessíveis e eficazes para iniciar esse trabalho. Afinal, também tem que ser divertido! Anote:
1. Roda de Convivência:
A Roda de Convivência é uma das estratégias mais eficazes para trabalhar o socioemocional de forma coletiva. Ao delimitar um tema e abrir espaço para o debate em etapas, cria-se um ambiente de escuta ativa e respeito mútuo.
Como conduzir:
Etapa 1: Cada participante descreve o problema com base em seu repertório individual.
Etapa 2: Os participantes compartilham como se sentem em relação à questão levantada.
Etapa 3: O grupo debate soluções possíveis, refletindo sobre o que pode ser feito para transformar a situação.
=> O papel do adulto nesse processo é fundamental. Ele atua como mediador, promovendo a escuta, estimulando a empatia e incentivando outros desdobramentos do debate. Ao permitir que as crianças se reconheçam nas experiências dos colegas, fortalece-se o sentimento de pertencimento e a construção coletiva de soluções.
Essa atividade também contribui para o desenvolvimento da autonomia, da responsabilidade e do pensamento crítico, elementos essenciais da formação socioemocional.
2. Cartas para o futuro:
A proposta de escrever uma carta para o eu do futuro é uma atividade poderosa para estimular o autoconhecimento e a autorreflexão. As crianças são convidadas a registrar, por escrito (ou em desenho!) seus sentimentos, expectativas, medos e desejos naquele momento específico.
Sugestão de encaminhamento:
Incentive os estudantes a escreverem livremente, como se estivessem conversando com a versão futura de si mesmos.
Oriente sobre o uso de elementos da contação de histórias, como cenário, personagens e desfecho emocional.
Guarde as cartas em uma cápsula do tempo, que será aberta após um período determinado (seis meses, um ano, por exemplo).
Releia as cartas em grupo e promova um diálogo sobre o que mudou, o que foi aprendido e como os sentimentos se transformaram.
Essa atividade permite que os alunos acompanhem a evolução de seus sentimentos ao longo do tempo, desenvolvendo a consciência emocional e a capacidade de nomear e compreender emoções complexas.
Educadores também podem participar, escrevendo suas próprias cartas e compartilhando-as com os estudantes como forma de aproximação e confiança. Trabalhar o socioemocional exige também vulnerabilidade por parte dos adultos, o que fortalece a relação com os alunos.
3. Diário de Sentimentos:
O diário de sentimentos é uma prática que pode ser realizada individualmente, mas ganha força quando compartilhada com o grupo. Trata-se de um exercício de escrita cotidiana, em que os participantes registram suas emoções, vivências e desafios enfrentados ao longo dos dias.
Como implementar:
Reserve alguns minutos diários ou semanais para que os estudantes escrevam sobre como se sentiram naquele período.
Abra espaço para a partilha voluntária, criando uma “narrativa coletiva” das experiências emocionais da turma.
Estimule o acolhimento e o não julgamento durante as leituras.
Como desdobramento, o educador pode oferecer uma devolutiva individual ou coletiva, buscando validar os sentimentos expressos e ajudar na construção de soluções possíveis.
Essa prática promove o desenvolvimento da empatia, pois ao conhecer a história do outro, o estudante amplia sua visão de mundo e se coloca no lugar do colega. Além disso, o diário contribui para a regulação emocional, uma das competências fundamentais do desenvolvimento socioemocional.
Promover o desenvolvimento socioemocional na escola é uma ação essencial para a formação de sujeitos mais empáticos, resilientes e conscientes de si.
Vale lembrar que nenhuma técnica terá efeito se não houver, como base, um espaço de escuta ativa, respeito, acolhimento e confiança. O desenvolvimento socioemocional não se ensina apenas com palavras, mas se constrói nas relações diárias, no olhar atento e na construção de vínculos verdadeiros.
Investir no socioemocional é investir no bem-estar e no aprendizado de forma integral. Em um mundo cada vez mais complexo, cultivar habilidades emocionais e sociais é uma necessidade urgente — e nós temos um papel transformador nesse processo.
*Geovanna Tominaga é jornalista e escritora, educadora parental, especialista em Neurociência, Educação e DesenvolvimentoInfantil. Estudante de Psicopedagogia e mãe do Gabriel.
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Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel.
Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.
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