Se você perguntar para qualquer mãe o que ela quer para o seu filho, digo com certeza que a resposta será essa: que ele seja feliz!
Quando pensamos nisso, imaginamos a figura dos nossos pequenos sorridentes, satisfeitos e realizados. Podemos até vê-los com seus filhos e netos em frente a uma casa grande com jardim na frente. Ou com um jaleco branco ajudando os necessitados, e até bem vestidos como executivos de sucesso, de terninho e gravata. Fato é que nós queremos que nossos filhos sejam felizes, independente do caminho que escolherem, certo?
Educação socioemocional
Nesse sentido, nosso papel enquanto pais é prepara-los para que eles sejam bem sucedidos na vida. Damos afeto, oferecemos os cuidados básicos, nutrimos, educamos, protegemos… Nós escolhemos as melhores escolas, os melhores programas de esporte e cursos de línguas que estiverem ao nosso alcance. Alguns já nascem com passagem comprada para o intercambio no exterior e vaga de estágio nas melhores empresas do país, não é mesmo?
Mas nada disso é garantia de sucesso e felicidade. Esse estado de espirito, nós só alcançamos quando estamos em paz. Isso não significa ter tudo sob controle conforme planejado, mas saber seguir em frente mesmo quando as coisas saem dos trilhos. Isso se chama inteligência emocional. Algo que pode ser ensinado desde o berçário.
"Aprendi observando meus pais em suas reações ao que acontecia com eles, fosse bom ou ruim."
Na verdade, acredito que nós pais somos os grandes professores dessa matéria. Aprendi com os meus a ser resiliente, acreditar em mim, aguardar para receber as recompensas e continuar me preparando para o "meu momento" que estava por vir. Aprendi que tinha o poder de criar o meu caminho e não esperar que alguém o construísse para mim.
Eu aprendi sobre educação socioemocionalcom os muitos "nãos" que recebi na vida. Aprendi com tudo o que queria e não pude ter, e com tudo o que eu ganhei com o meu esforço. Aprendi observando meus pais em suas reações ao que acontecia com eles, fosse bom ou ruim. Aprendi primeiro em casa, depois nas aulas de ballet, no pátio da escola, na rua do condomínio, nos bastidores da tv…
Os amigos me ensinaram sobre empatia, que era legal olhar para fora do meu umbigo. Outros amigos me incentivaram a ser eu mesma, e o quanto isso é poderoso. Aprendi com quem eu gostava e com quem não gostava de mim. Cada lugar, cada momento, cada pessoa me ajudou a entender quem eu sou e poder chegar na minha versão atualizada de hoje. Mas a base dessa sabedoria, foi construída em casa.
Começo a entender melhor o meu dever enquanto mãe quando respondo aquela pergunta inicial: o que você quer para o seu filho? A inteligência emocional é algo que pode ser ensinada e desenvolvida em qualquer idade. Mas nós precisamos estar preparados para sermos exemplos se quisermos que eles percorram a jornada da vida de uma maneira mais saudável e feliz com eles mesmos, com as suas famílias e com a sociedade.
Descobrir que tenho altas habilidades/superdotação na área das emoções só me mostrou como meus pais tiraram nota máxima no ensino de habilidades para a vida, me colocando no caminho do autoconhecimento. Um caminho que ainda percorro com dias de sol e de chuva, mas na certeza de ter escolhido a direção que me faz feliz. Vamos juntos?
*Geovanna Tominaga é jornalista, educadora parental, especialista em Neurociência, Educação e Desenvolvimento Infantil. Graduanda de Psicologia e mãe do Gabriel. É fundadora do Conversas Maternas.
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