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Conversas Maternas - Eduardo Duarte

Arte, ferramenta na infância


A infância é um vasto e abundante universo de possibilidades e nesta fase, os bebês e as crianças estão vivenciando um momento no desenvolvimento delas que vai reverberar durante toda a vida. Então, é essencial ter um olhar atento para perceber cada especificidade e necessidade, com o intuito de dar suporte e atenção especial para o que cada uma precisa em cada momento. Nesse contexto, a Arte entra como ferramenta para a realização dos processos da infância. Sendo um recurso mágico e transformador, acessa de forma quase que natural, através de sua potência lúdica, o contexto infantil.


"Independente do objetivo a ser desenvolvido nas atividades artísticas para a Infância, elas carregam consigo a possibilidade da vivência potente das crianças com os recursos artísticos no lugar da experiência"

O TEATRO

O Teatro, por exemplo, pode ser “utilizado” como ferramenta para estimular a fala das crianças. Através de jogos e exercícios teatrais, o educador vai aplicando técnicas que acionam nos alunos, a necessidade de criar cenas e diálogos que comuniquem algo e com isso, as crianças começam a perceber algumas possibilidades de interação com as outras e vão naturalizando a fala. Neste caso, não há o objetivo de se apresentar um espetáculo. A ideia é criar estímulos para a verbalização. Um trecho do livro “Jogos Teatrais”, de Ingrid Koudela, importante educadora teatral, clareia ainda mais o que foi dito: ”A concepção predominante em Teatro-Educação vê a criança como um organismo em desenvolvimento, cujas potencialidades se realizam desde que seja permitido a ela desenvolver-se em um ambiente aberto à experiência. O objetivo é a livre expressão da imaginação criativa. Na visão tradicional, o teatro tinha apenas a função de preparar o espetáculo, não cuidando de formar o indivíduo(...)A pedagogia contemporânea leva em conta a natureza própria da criança e apela para as leis da constituição psicológica do indivíduo e de seu desenvolvimento.”


A MUSICALIZAÇÃO

Já a Musicalização pode ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento da coordenação motora nos bebês e crianças, por exemplo. Ao realizar as atividades nas aulas, todos são convidados a tocar instrumentos variando as mãos, a dançar mexendo todo o corpo, a movimentar-se cantando e variando o andamento das canções dentre muitas outras propostas. Durante essa experiência, é como se linguagem musical fosse traduzida em linguagem corporal e vice versa. Segundo Jaques-Dalcroze, musicista, professor de harmonia, solfejo e história da música no Conservatório de Genebra, o corpo deveria ser o primeiro instrumento musical a ser treinado.


AS ARTES VISUAIS

No caso das Artes Visuais, a Arte pode apresentar-se como ferramenta terapêutica, por exemplo. Como é o caso da Arteterapia, uma mistura entre Arte e Psicologia. Através de técnicas artísticas diversas, como a colagem, o bordado, a aquarela e a tinta, o paciente é estimulado a expressar seus sentimentos e emoções. Os seus objetivos são muito próximos aos da psicoterapia. Também tem a função de diminuir o estresse e a ansiedade. No caso da Arteterapia aplicada em crianças, ela ainda auxilia na concentração, atenção e memorização, sendo uma facilitadora para a aprendizagem.


MUSICOTERAPIA

Para findar os exemplos, vamos falar da Musicoterapia, que utiliza a Música como ferramenta. É um potente recurso para ser utilizado nos casos de TEA (Transtorno do Espectro Autista), por exemplo. A comunicação nesse contexto está em prejuízo, logo, alguns recursos precisam ser acionados para que se consiga acessar as crianças. A Musicoterapia, então, possibilita esse acesso e proporciona um diálogo fluido, por utilizar objetos sonoros, instrumentos musicais e não precisar, necessariamente, de uma comunicação verbal. A Música é básica para a abertura de canais de diálogo, já que por outros canais, muitas vezes, não há contato. Além disso, não é necessário que a Música seja compreendida pelos processos racionais para obter-se o prazer emocional através dela.


Todos os exemplos citados falam da Arte como ferramenta, mas é importante reforçar que independente do objetivo a ser desenvolvido nas atividades artísticas para a Infância, elas carregam consigo a possibilidade da vivência potente das crianças com os recursos artísticos no lugar da EXPERIÊNCIA. A Arte sempre trará um olhar afetivo, uma escuta sensível e uma voz ativa para elas se expressarem e sentirem o mundo do jeito delas, sendo crianças.


* Julia é formada em Licenciatura em Teatro e Pós- graduada em Música. Hoje, Julia estuda Arte-Terapia e Terapia do som, conhecida como "Sound Healing"

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Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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